sábado, 29 de junho de 2013

Propofol

A morte não é tão ruim assim. É um sonho eterno. Não sei o que sonhei, mas foi vivo, foi aquilo, eu vivi aquilo. Agora estou matando palavras como coisas clichês, para descrever epifanias muito maiores que minha capacidade de escrever. Estou me perdendo novamente em confissões rasas, tudo volta ao normal, os limites me prendem. Antes não era assim, era um fluxo de consciência livre, sem amarras, sem palavras, sem definições. Arte pura, viver aquilo, a morte talvez seja isso, nada a temer, apenas SER. Ser como forma pura, sem se prender ao que os outros vão pensar do que você é, do que você faz, eu sou arte, terremoto. Houve um terremoto, sem olhares, sem prisões sociais. Apenas ser, já era, já passou.

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Aisthésis: sensação do sentido do tato. Estética, faz aquilo que é belo ser sentido.
Anaisthésis: aquilo que não se sente (de belo). Anestesia.


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Contexto: eu acabando de voltar de um exame em que me anestesiavam. Acho que os gregos não conheciam o Propofol.

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