levo comigo o segredo do mundo
e o mundo me leva em secreto sigilo
guardo contigo o universo singelo
de te ter em mim em murmúrio contido
desato nós do passado
de fios amarrados pelo futuro
emaranhados pelo presente
respiro no teu peito
a implosão do caos rarefeito
sexta-feira, 17 de julho de 2015
quarta-feira, 8 de julho de 2015
sábado, 28 de fevereiro de 2015
domingo, 8 de fevereiro de 2015
estrada
chão que me consome
me tome de súbito
te risco de sol
e busco saudade
brisa
bagunce meus pensamentos verdes
e deixe
que minhas pálpebras pesem
o horizonte
inspiro mais do que posso
fios de poeira
caminho
e acaricio o tempo com o aceno do destino
e amacio o vento com o sabor do riso
que risca o asfalto de sonhos
em desencontro
me encontro
me tome de súbito
te risco de sol
e busco saudade
brisa
bagunce meus pensamentos verdes
e deixe
que minhas pálpebras pesem
o horizonte
inspiro mais do que posso
fios de poeira
caminho
e acaricio o tempo com o aceno do destino
e amacio o vento com o sabor do riso
que risca o asfalto de sonhos
em desencontro
me encontro
Un tango para dos
al amigo Alan Sacco
yo siento gusto de sangre
de muerte del sueño
que un dia tuve
pienso en el imposible
y descreo
en crerme tan sola
confio demasiado
voy a parar, voy a murir
un poco más
y despues, quien lo sabe,
me despierte
y en el sueño vea
que cada sueño
es pesadilla
y que todo eso
hace parte del equilibrio
trôpegos
me lembrei
que fui esquecida por vários olhares
ausentes
tropeçaram por minha pele
como se me descamassem
e tirassem
em cada tanto
um canto meu
em pensamentos longos
me fui
quis abraçar o passado com as mãos do futuro
me restou acordar
e sentir o vazio que completava meu peito
em mim mesma
me esqueci
que fui esquecida por vários olhares
ausentes
tropeçaram por minha pele
como se me descamassem
e tirassem
em cada tanto
um canto meu
em pensamentos longos
me fui
quis abraçar o passado com as mãos do futuro
me restou acordar
e sentir o vazio que completava meu peito
em mim mesma
me esqueci
domingo, 25 de janeiro de 2015
Polaroide
Se lembra quando tudo era mais leve, até mesmo o peso dos nossos corpos, que não conheciam o pesar?
Se lembra daquela foto, você ao meu lado, menor, e o meu sorriso e o seu eram um só?
Se lembra que as aparências não enganavam, e que na verdade, tudo o que a gente era estava ali, sem precisar se esconder na vaidade?
Se lembra quando as dores não estavam enraizadas, e que tudo era tão fácil, tão único, tão verdadeiro?
Se lembra quando a gente não competia, mas que, muito pelo contrário, eu guardava o chocolate pra depois dividir com você?
Se lembra quando nenhuma de nós queria que a outra se sentisse ridícula, afinal, não conhecíamos a humilhação, só tínhamos tempo para pensar em assistir mais um episódio do pequeno urso numa tarde depois da escola?
Se lembra como nos defendíamos dos piás nos zuando, e isso por que só nós tínhamos o direito de zuarmos a nós mesmas!?
Eu já não me lembro mais de quando nos perdemos...
Se lembra daquela foto, você ao meu lado, menor, e o meu sorriso e o seu eram um só?
Se lembra que as aparências não enganavam, e que na verdade, tudo o que a gente era estava ali, sem precisar se esconder na vaidade?
Se lembra quando as dores não estavam enraizadas, e que tudo era tão fácil, tão único, tão verdadeiro?
Se lembra quando a gente não competia, mas que, muito pelo contrário, eu guardava o chocolate pra depois dividir com você?
Se lembra quando nenhuma de nós queria que a outra se sentisse ridícula, afinal, não conhecíamos a humilhação, só tínhamos tempo para pensar em assistir mais um episódio do pequeno urso numa tarde depois da escola?
Se lembra como nos defendíamos dos piás nos zuando, e isso por que só nós tínhamos o direito de zuarmos a nós mesmas!?
Eu já não me lembro mais de quando nos perdemos...
"Lembrou o riso que eu tinha e esqueci entre os dentes"
clarão verde a despertar
buracos de céu procurando espaço no balançar das folhas
sombra e luz brincando de esquecer o tempo
tilintavam, dançantes, efêmeras, escorregando
aos olhos que pesavam
sono de não viver
sonhar de partir
fez da solidão sua única companheira.
buracos de céu procurando espaço no balançar das folhas
sombra e luz brincando de esquecer o tempo
tilintavam, dançantes, efêmeras, escorregando
aos olhos que pesavam
sono de não viver
sonhar de partir
fez da solidão sua única companheira.
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