terça-feira, 29 de abril de 2014

Em vão

Me fecho em semi-círculo
dos olhos que se esgotam
em gotas de silêncio
em gotas de vazio
que pingam
sem nunca alcançar
o chão

o ciclo não se fecha
o vento assovia sem fôlego
o mar anseia pingo
e o orvalho seca,
seca para nunca mais

voltar,  a ser
sereno e

ser e

no


ser




não












ser

terça-feira, 15 de abril de 2014

"Soneto" da des-perdida (ou do des-espero)

Me despeço da tristeza,
do não poder mais,
dos olhares que fugiam
dos olhos que não são mais teus.

Não quero mais querer.
Me des-faço do não feito
de meu peito que é só
o que não foi.

Caminho pelo vento
que respiro, sem mais
dor, sem mais

talvez, só peço a despedida
do impossível, do não ser
de você.

"Oceano é saudade"

Saudade de onde nunca fui.
Desconheço o conhecido.
Me aflijo na mansidão
da solidão.

Dias dispersos, róseos, áureos
Anil, ah! nem o céu
nem nunca, nem sempre
completarei o incompleto.

Saudade do que pode acontecer
e do que nunca será
Que será do mar?

Do mar, resta pouco
céu, resta tanto chão entre...
Imensidão de saudade