Se lembra quando tudo era mais leve, até mesmo o peso dos nossos corpos, que não conheciam o pesar?
Se lembra daquela foto, você ao meu lado, menor, e o meu sorriso e o seu eram um só?
Se lembra que as aparências não enganavam, e que na verdade, tudo o que a gente era estava ali, sem precisar se esconder na vaidade?
Se lembra quando as dores não estavam enraizadas, e que tudo era tão fácil, tão único, tão verdadeiro?
Se lembra quando a gente não competia, mas que, muito pelo contrário, eu guardava o chocolate pra depois dividir com você?
Se lembra quando nenhuma de nós queria que a outra se sentisse ridícula, afinal, não conhecíamos a humilhação, só tínhamos tempo para pensar em assistir mais um episódio do pequeno urso numa tarde depois da escola?
Se lembra como nos defendíamos dos piás nos zuando, e isso por que só nós tínhamos o direito de zuarmos a nós mesmas!?
Eu já não me lembro mais de quando nos perdemos...
domingo, 25 de janeiro de 2015
"Lembrou o riso que eu tinha e esqueci entre os dentes"
clarão verde a despertar
buracos de céu procurando espaço no balançar das folhas
sombra e luz brincando de esquecer o tempo
tilintavam, dançantes, efêmeras, escorregando
aos olhos que pesavam
sono de não viver
sonhar de partir
fez da solidão sua única companheira.
buracos de céu procurando espaço no balançar das folhas
sombra e luz brincando de esquecer o tempo
tilintavam, dançantes, efêmeras, escorregando
aos olhos que pesavam
sono de não viver
sonhar de partir
fez da solidão sua única companheira.
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